- 1. O que é a procrastinação?
A procrastinação é o ato de adiar tarefas, compromissos ou situações. E ela pode ser causada por algumas variáveis que influenciam no comportamento de evitar ou postergar algo. Antes de entendermos ao certo o que causa a procrastinação, vamos entender um pouco dos mitos sobre ela.
A procrastinação muitas vezes pode ser confundida com preguiça, falta de caráter, falta de vergonha na cara, imaturidade ou até mesmo irresponsabilidade. Todos esses termos, são ideias que as pessoas criaram para tentar compreender quando alguém procrastina ou adia suas tarefas e/ou compromissos. Não é que não existam pessoas que procrastinam por preguiça ou qualquer um desses motivos acima porém, na grande maioria das vezes, esses motivos são as hipóteses menos prováveis.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam ou até mesmo do que é mais comum, a procrastinação não acontece somente nos ambientes acadêmicos e profissionais. Pessoas também podem procrastinar em diferentes contextos como por exemplo os exercícios físicos, resolução de problemas financeiros, tarefas domésticas, decisões importantes na vida etc.
- 2. Quais fatores causam a procrastinação?
Sendo assim, observando alguns cenários citados acima, podemos observar algum dos exemplos e tentar compreendê-lo mais afundo. Bom, quando uma pessoa procrastina resolver problemas financeiros por exemplo, um dos motivos que faz a pessoa adiar essa decisão é o simples fato de que resolver aquele problema financeiro pode envolver dizer não para as vontades de um (a) conjugue e isso envolve saber se comunicar e lidar com emoções, logo uma das causas dessa procrastinação é a dificuldade em se comunicar e lidar com as emoções.
Dessa maneira podemos chegar a conclusão de que cada pessoa tem seus recursos e habilidades para lidar com as tarefas cotidianas e isso influencia no quanto a pessoa acaba procrastinando, ou seja, o quanto ela se vê preparada pra lidar com questões simples do cotidiano é uma das variáveis que influenciam no comportamento de procrastinação das pessoas.
Outras questões que fazem as pessoas procrastinarem por exemplo são crenças ou sentimentos que causam reações fisiológicas. Vamos ao seguinte exemplo: uma pessoa suspeita de um sinal no seu corpo e pensa que pode estar com uma doença grave, o fato de pensar em estar doente já se torna um gatilho pra que essa pessoa sinta ansiedade. Esse pensamento faz com que ela imagine situações doente, como seria a vida com aquela doença específica, ou seja, a ansiedade apareceu. Logo é mais fácil evitar ir ao médico e deixar esse pensamento de lado, procrastinando como uma forma de evitar sentir ansiedade agora.
Tratando-se das crenças, existem crenças que são mal adaptativas das pessoas sobre si ou sobre a vida e que influenciam no comportamento de procrastinação. Todas essas crenças são disfuncionais e carecem de tratamento para que a pessoa consiga ressignifica-las e supera-las. Algumas pessoas acreditam que são “um total fracasso” , sendo assim, para alguém que acredita que é um fracasso total podemos concluir que em todas as coisas que ela se propor a fazer vai acreditar que nada irá sair como deveria sair, sentindo-se insuficiente ou incompetente. Vendo a vida assim fica difícil não procrastinar.
Um outro fator que faz as pessoas procrastinarem é o gasto energético, ou seja, o quanto de trabalho essa pessoa vai ter para realizar determinada tarefa. Vamos ao seguinte exemplo: se uma pessoa necessita fazer uma atividade e ela não consegue porque precisa estudar ou aprender alguma outra coisa antes de iniciar, se torna mais trabalhoso e maior porque envolvem dois comportamentos complexos dentro da mesma atividade. Tornando-se as vezes um gatilho para o sentimento de tédio ou até mesmo o medo de não conseguir uma das variáveis que influenciam no comportamento de procrastinação.
A dificuldade em gerir o próprio tempo é um dos fatores que influenciam bastante na procrastinação afinal as pessoas acabam tendo uma certa dificuldade em fazer as atividades que se propõem para fazerem durante o dia. Essa questão de ter dificuldade para fazer aquilo que você se propõe a fazer é compreensível do ponto de vista da neuroplasticidade cerebral, ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar.
- 3. Como superar a procrastinação?
Quando alguém se propõe a fazer por exemplo uma atividade física como uma simples caminhada de 3km todos os dias, ela vai gastar um certo tempo e gasto energético para isso. O cérebro dessa pessoa vai ver essa atividade como algo trabalhoso no inicio afinal é um desafio que está sendo inserido na rotina. Após algumas semanas fazendo essa caminhada de 3km todos os dias, o cérebro dessa pessoa começa a acostumar-se com a ideia do tempo gasto, ou seja, os 30minutos minutos gastos ali se tornam aceitáveis dentro da rotina. Ainda nessa lógica da repetição da caminhada durante vários dias e semanas seguidos, a pessoa vai perdendo peso e ganhando mais condicionamento físico o que faz com que ela tenha mais preparo físico e o cérebro dela também acompanha essa evolução e percebe que está se tornando algo mais fácil de fazer e se antes ela gastava 30minutos agora ela vai gastar uma média de 25minutos.
A procrastinação ou melhor, a produtividade que é o contrário dessa procrastinação pode ser treinada e desenvolvida como um músculo desde que o cérebro humano seja estimulado e treinado para isso. Tornando-se necessário pensar em quais passos a pessoa precisa dar para chegar até a rotina que seria funcional e ideal para que ela consiga sentir-se bem para fazer aquilo que se propõe a fazer.